Considerado um santo popular: relembre o triste assassinato do Dr. Olavo Cardoso, fato que abalou a cidade

Olavo Cavalcante Cardoso nasceu em Crateús aos 15 de agosto de 1925, filho de Miguel de Araújo Cardoso e de Maria de Lurdes Cavalcante Cardoso. Aos 27 anos, graduou-se em Medicina pela Faculdade Fluminense, exercendo a profissão em sua terra natal. 

A prática da medicina proporcionou ao Dr. Olavo Cardoso uma grande proximidade com a população, onde, em 1962, foi eleito prefeito com 5.078 votos. Disputou aquela eleição com Gonçalo Claudino Sales, que tirou 4.852 votos, ficando em segundo lugar. 

Por gostar da tranquilidade da zona rural, adquiriu uma propriedade denominada Xavier, no pé da serra. Nos fundos de suas terras, outra propriedade havia: era a Cachoeira, em que moravam Zé Cândido, Chico Cândido e Felício Cratiú, seus algozes.

Dr. Olavo, por suas ocupações na cidade, colocou um vaqueiro para cuidar de suas posses naquela localidade. O escolhido foi Zuza de Paula, que bem executava o serviço.

Certa vez, Zuza procurou Dr. Olavo para alertar que os gados da Cachoeira estavam entrando na fazenda e comendo as plantações. O médico pediu que o homem levantasse uma cerca para impedir tal feito. Missão cumprida.

Contudo, não ficaram satisfeitos os moradores já citados da Cachoeira. Por algumas vezes, derrubaram a cerca e reivindicaram que uma cancela fosse colocada. Dr. Olavo não aceitou a ideia, e numa terça-feira, dia 02 de setembro de 1969, resolve ir à propriedade tomar satisfação com os homens.

Lá chegando, na companhia do vaqueiro, iniciou uma discussão. No meio da confusão, Dr. Olavo recebeu uma facada. Armado com um revólver, o médico disparou e acertou dois tiros em Zé Cândido. Nisso, mais cinco facadas foram desferidas contra Dr. Olavo.

Já agonizando, o médico foi socorrido, mas não resistiu, morrendo a caminho da cidade. Contam que em suas últimas reflexões, disse: “Tanta gente salvei e vim morrer aqui”.

A morte do Dr. Olavo abalou a cidade. Seu corpo foi sepultado no Cemitério São Miguel, onde hoje o túmulo é reverenciado por milhares de pessoas que acreditam na capacidade milagrosa do falecido médico. Sobre isso, até um livro já foi escrito.


Texto escrito por: Kaio Martins, Cientista Político.

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