Crateús garantiu o desenvolvimento através de comerciantes visionários que aperfeiçoaram os negócios, a fim de garantirem sua permanência no mercado. É o caso do Pompom, que apostou na multiplicidade de produtos como alternativa sustentável de vendas.
Ali, na esquina da Rua Barão do Rio Branco com a Rua Pe. Macedo, há algumas décadas, existiam uns pequenos galpões em que se produziam malas de viagem. Muitas ruas depois do local, na farmácia do Sr. Deusdedit, trabalhava o jovem Antônio Aragão Pereira. Já na farmácia, o jovem recebeu o apelido carinhoso de “Pompom”, termo que derivava do nome de uma linha de produtos infantis que era vendida no local.
Talvez, nem ele houvera sonhado, mas aos 31 de março de 1982, nasceria o primeiro formato da Mercearia do Pompom naquela esquina. Os pequenos galpões se transformariam num só e o negócio perduraria por décadas a fio.
Inicialmente, o formato é o de uma pequena mercearia, conjugada com um pequeno boteco. Até eventos dançantes o local chegou a promover. Pompom, contudo, resolveu inovar e investir em itens difíceis de encontrar, mas muito procurados. De bila a pião; de pipa a bombinhas de São João, tudo isso passou a compor o estoque do local. Qual crateuense não teve a sua primeira experiência com essas brincadeiras através do Pompom? Lá, tem de tudo. Até equipamentos de Monark, cada vez mais extintos, o local dispõe.
Pr’além de comerciante, Pompom tem outra qualidade: a de ser uma das últimas enciclopédias vivas da cidade. Tendo dedicado boa parte de sua vida à arte de memorizar Crateús, o homem possui um acervo impressionante de documentos diversos que contam a história da cidade. Não foi pouco o trabalho que teve para juntar tal acervo.
Percebem como a mercearia e o homem confundem-se numa só narrativa? Pois é, os dois são um só. Não há como isolar um do outro.
Tendo a sua mercearia se transformado em ponto de referência local para a cidade, Pompom virou ponto de referência moral e intelectual. Família, clientes e amigos. Não há quem não sinta orgulho de conhecer Antônio Aragão. O homem é uma das jóias que, ainda hoje, abrilhantam a história de Crateús.
Texto escrito por: Kaio Martins, Cientista Político.