De Assis também falou que havia todo um contexto que contribuiu para a eleição da petista: a luta pelas Diretas Já, pela anistia ampla, além do renascimento do movimento sindical. Maria Luiza Fontenele chegará aos 83 anos de vida no dia 27 de novembro. Natural de Quixadá, ela foi a primeira prefeita de capital eleita pelo PT no Brasil e uma das primeiras mulheres a serem eleitas prefeitas de capital no País — ao lado de Gardênia Gonçalves, eleita prefeita de São Luís pelo PSD, também na eleição de 1985. Ao fim da apuração, em 17 de novembro, ela foi declarada vencedora com 159.846 votos; 11.409 a mais do que o então líder das pesquisas, Paes de Andrade. Ela administrou Fortaleza entre 1986 e 1988, num período extremamente conturbado, de reconstrução da democracia brasileira.
O 1o secretário da Assembleia Legislativa, deputado estadual De Assis Diniz (PT), ocupou da tribuna na manhã desta quinta (13) para lembrar os os 40 anos do “Comício da Virada”, que levou milhares de pessoas à Praça José de Alencar, entre os dias 12 e 13 de novembro, culminando na vitória de Maria Luiza Fontenele à prefeitura de Fortaleza, em 1985. “Maria corria por fora. Ela aparecia em terceiro lugar nas pesquisas a 15 dias da eleição. Foi nesse período que o quadro começou a mudar. O Comício da Virada, iniciado no dia 12 de novembro de 1985, chamava: o amanhã é 13! Eu tinha 21 anos, vinha do movimento sindical e vivi o amanhecer do dia 13 naquele local, sentindo o poder da militância mudando a história. Mas a vitória começou antes. Maria foi fundadora do 3o núcleo de luta pela anistia do Brasil, em 1975, para os perseguidos pela ditadura militar. Eleita deputada estadual por duas vezes, destacou-se por organizar a luta das mulheres, criando a União das Mulheres, além de investir na luta popular, por meio da União das Comunidades da Grande Fortaleza e do Comitê Democrático, Operário e Popular. Lutou pela criação do Parque Adahil Barreto. Apoiou mais de 100 ocupações de terra em Fortaleza, na luta pela moradia. Sua eleição foi fruto da união de ambientalistas, trabalhadores e intelectuais. Ao som de ‘Maria, Maria’, canção de Milton Nascimento, fez uma campanha que entrou para a história”, recordou.
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