As eleições municipais de 2016 trouxeram uma reviravolta política nos sertões de Crateús, marcadas por uma forte onda de mudança que atingiu tanto situação quanto oposição. Em diversos municípios, prefeitos e lideranças locais não conseguiram manter a popularidade necessária para garantir sua eleição, abrindo espaço para novos nomes que chegaram com o discurso de renovação.
Em Tamboril, o atual prefeito Ramiro Júnior foi derrotado por Pedro Calixto. No entanto, o jogo político se reorganizou e, na eleição seguinte, Marcelo Mota conseguiu reverter o resultado e recuperou o cargo. Caso semelhante ocorreu em Novo Oriente, onde Neném Coelho, mesmo possuindo uma base política muito forte, perdeu para Vanaldo Moura, mas reconquistando a prefeitura na disputa seguinte.
Crateús também sentiu os reflexos dessa mudança, com Mauro Soares não conseguindo a reeleição, o que pode indicar um desejo do eleitorado por alternância de poder. Em Nova Russas, Gonçalo Diogo também não conseguiu se manter no cargo, dando espaço para Rafael Pedrosa e seu vice Júnior Mano, esse último que dois anos depois se desliga para ser candidato a câmara federal, logrando êxito em seguida.
Mesmo nos municípios onde a situação saiu vitoriosa, como Poranga e Ipueiras, as vitórias foram apertadas, demonstrando um eleitorado dividido e em busca de novas perspectivas. Esse fenômeno de 2016 parece ter sido impulsionado por um contexto nacional de insatisfação política, refletindo diretamente nas eleições locais.
Seis anos depois, muitos desses cenários políticos se reorganizaram, com antigos prefeitos retornando ao poder e novas lideranças se consolidando. As eleições de 2016 demonstraram aquilo que o eterno deputado Antônio dos Santos sempre dizia que a política é dinâmica e que a vontade popular pode mudar as realidades de uma forma surpreendente.