A greve dos professores da Universidade Estadual do Ceará (Uece) foi temporariamente suspensa após uma assembleia realizada em 20 de junho. Com 157 votos a favor (62,8% do total), os trabalhadores decidiram interromper o movimento que já durava cerca de dois meses na instituição.
Segundo comunicado do sindicato dos docentes da Uece (Sinduece), além da suspensão da greve, os professores optaram por manter o "estado de greve", permanecendo mobilizados para fiscalizar o cumprimento do acordo estabelecido com o Governo Estadual.
Logo após a decisão em assembleia, o calendário acadêmico e o retorno das atividades foram discutidos entre o sindicato e a Reitoria da universidade estadual.
O Sinduece ressalta que a greve poderá ser retomada caso haja descumprimento do acordo por parte do Governo Estadual ou se as negociações não avançarem conforme esperado.
Os professores iniciaram a greve em 4 de abril, reivindicando aumento salarial, melhores condições de trabalho, expansão do corpo docente e melhorias na infraestrutura da Uece.
Um dos principais pontos de preocupação do sindicato é a falta de professores na instituição, agravada pela não renovação de contratos temporários desde agosto de 2023, apesar dos alertas encaminhados às autoridades estaduais.
Desde então, o Governo do Estado tem buscado negociar com os representantes dos professores, tendo apresentado em 18 de junho uma proposta de pagamento de abono salarial aos professores efetivos, ativos e aposentados, a ser pago em parcela única em outubro de 2024.
A proposta inclui também a ampliação em 25% do número de cargos no Grupo Ocupacional Magistério Superior, a convocação de 35 professores do cadastro de reserva do último concurso e um estudo para convocações adicionais em 2025 e 2026.
A categoria decidiu pela suspensão da greve e pela manutenção do estado de greve para continuar pressionando o Governo Estadual a cumprir os termos acordados.
Em 17 de julho, está agendada uma reunião com os órgãos responsáveis pelo orçamento do Estado para discutir a recomposição salarial.
"Continuamos firmes na luta. Mantemos nossa solidariedade ao movimento estudantil e continuamos pressionando por assistência estudantil durante as negociações", afirmou o sindicato em comunicado.