A unidade crateuense da Brasil Ecodiesel foi inaugurada em 31 de janeiro de 2007, com a presença do presidente Lula. Era a primeira vez que um Presidente da República vinha a Crateús para inaugurar uma obra.
A usina fez parte de um projeto federal que visava uma alternativa sustentável para competir com o petróleo. No intuito de trabalhar a matriz energética junto ao plano desenvolvimentista, o governo apostou na instalação de usinas em cidades nordestinas, formando uma rede de fornecedores de matérias-primas que seriam processadas.
Em Crateús, a matéria-prima seria a mamona para a produção de biodiesel. Contudo, desde a inauguração, a unidade enfrentava dificuldades na aquisição do material. Na inauguração, apenas 20 mil toneladas estavam em estoque, suficientes para produzir apenas 8 milhões de litros de biodiesel, quantidade inferior à capacidade de produção mensal de 10 milhões de litros da instalação no município.
A aquisição inicial do estoque foi controversa, com a empresa sendo acusada de não cumprir acordos sobre o preço mínimo com os agricultores. Devido à escassez de matéria-prima, a usina começou a produzir óleos de soja e dendê de outros estados, aumentando os custos de produção.
Além disso, a empresa enfrentou problemas ambientais, especialmente pela poluição do Rio Poti, o que resultou em um Termo de Ajustamento de Conduta entre o Ministério Público e a SEMACE.
A desvalorização da empresa na Bolsa de Valores também contribuiu para sua falência. Diante desses problemas, a unidade crateuense começou a paralisar suas atividades no final de 2008, encerrando totalmente em meados de 2009, um evento amplamente divulgado nacionalmente.
Em setembro de 2023, a Prefeitura de Crateús anunciou a desapropriação do local onde a empresa operava, planejando construir um polo administrativo municipal no local.
Texto escrito por: Kaio Martins, Cientista Político.