Ontem, o Projeto Dom Quixote completou dois meses. Partindo da premissa de que história também se faz pelo que está acontecendo, hoje, mostraremos um pouco da ideia por trás de um projeto tão importante para a nossa cidade.
Pesquisas apontam que o hábito da leitura não é comum no país. Em Crateús não é diferente. Contudo, há pessoas trabalhando com a intenção de mudar esse triste cenário.
Ler é possibilitar que se vivam diversas vidas, em diversos mundos. A leitura não só traz benefícios individuais, mas também coletivos, pois serve como ponto formador de uma sociedade. É baseado nisso que o professor da FAEC-UECE Karlo David decidiu, juntamente com a sua esposa Helainne Girão, apostar num método de incentivo à leitura que pudesse democratizar o acesso aos livros, que são apontados como objetos de difícil acesso. Hoje, o grupo possui diversas pessoas na organização.
Numa uma estante, instalada no prédio da Comunidade Shalom, na Rua Firmino Rosa, são colocados, diariamente, vários volumes que ficam disponíveis a quem se interessar. Não há limitação de unidades a serem recolhidas. Ao contrário, estimula-se que se pegue o necessário à leitura.
E o projeto já tem mostrado resultado, pois vem recebendo doações de diversos colaboradores. São pessoas que possuem livros, apostilas e revistas em casa e que, não mais precisando, enxergam no projeto uma forma de também incentivarem a leitura.
A ideia tem ganhado corpo e tem sido reconhecida como um projeto vivo, dinâmico e organizado. Todas essas características são possíveis graças a uma configuração inovadora, que não conta com uma única possibilidade de contribuição. Pode-se contribuir doando dinheiro. Qualquer valor é bem-vindo. O montante recebido é revestido na compra de mais livros que serão colocados na estante.
Cidade que já foi palco de grandes leitores, Crateús tem perdido essa prática – que é estimulada pelo hábito. Baseado nisso é que o Projeto Dom Quixote tem agido. Busca-se estimular a leitura, a fim de se mudar a realidade.
Desejamos que a ideia possa, cada vez mais, ser compartilhada e praticada em nome do saber.
Texto escrito por: Kaio Martins, Cientista Político.