Do campo de concentração nazista ao sacerdócio: Padre Alfredinho, ex-prisioneiro de guerra, dedicou sua vida à causa dos mais necessitados de Crateús

 


O desenvolvimento social de Crateús tem múltiplos fatores, dentre os quais a diversidade cultural se destaca. A figura em questão foi acolhida pela cidade e escolheu viver entre os mais pobres.

Nascido aos 12 de fevereiro de 1920 na Suíça, Fredy Kunz, começou a trabalhar ainda na infância em jornadas exaustivas como cozinheiro. Aos 16 anos, associou-se à Juventude Operária Católica, pois já tinha inclinação pelas causas sociais.

A realidade social andava bastante complicada, sobretudo pelo advento da 2ª Guerra Mundial. O jovem, então, decide servir no exército como voluntário durante a guerra. Em 1940, parte rumo à França, a fim de realizar seus trabalhos pelas forças armadas. Contudo, o mais temido ocorreu: um ataque dos alemães. Fugiu, então, com os companheiros para a Suíça, mas foram capturados pelos soldados n@zistas e mandados para o campo de concentração Kaisersteinbruck, na Áustria. Era Alfredinho o prisioneiro nº 102.712. Muito religioso, o homem aprendeu russo para levar a Palavra de Deus para os seus companheiros soviéticos.

Em abril de 1945, após um ataque russo a Viena, os alemães colocaram os prisioneiros em filas e os fizeram caminhar por cerca de um mês. Em maio, os americanos tomaram o local onde se encontravam. Assim, Alfredinho estava livre depois de anos preso e trabalhando num campo de concentração em que morreram cerca de 40.000 pessoas.

A partir dali, decidiu Alfredinho por três coisas: tornar-se padre; exercer seu sacerdócio entre os mais pobres e sempre usar uma roupa que lembrasse seu uniforme do campo de concentração.

Em 1968, vem para Crateús, optando por morar entre as prostitutas marginalizadas da cidade. Era a sua opção pela pobreza!

Temendo ser “beatificado” pelo povo, resolve ir embora para viver na favela de Lamartine, Santo André - SP, onde faleceu em 12 de agosto de 2000. Em 11 de fevereiro de 2023, seus restos mortais foram trazidos para Crateús e depositados na Igreja de São Francisco.

Conhecido por muitos, Padre Alfredinho optou pela pobreza e pelo sofrimento do corpo, pois entendia que a parte mais importante de um cristão é o espírito.


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