Justiça decide que 11 PMs do Cariri vão sentar no banco dos réus


Àquela madrugada foi tensa em Milagres (Foto: Normando Sóracles/Arquivo)


Uma decisão da Comarca de Milagres vai levar ao banco dos réus 11 policiais militares acusados de envolvimento na morte de reféns no município. Eles serão julgados pelo Tribunal do Júri após a Sentença de Pronúncia exarada esta semana pelas mortes de cinco reféns e dois assaltantes. Foi durante operação policial na madrugada do dia 7 de dezembro de 2018 no centro de Milagres. Outros dois PMs serão julgados por tentarem adulterar a cena do crime.

De acordo com a decisão do juiz Otávio Oliveira de Morais, os policiais José Azevedo Costa Neto, Edson Nascimento do Carmo e Paulo Roberto Silva dos Anjos serão julgados pelos homicídios qualificados de cinco reféns. Já os PMs Leandro Vidal dos Santos e Fabrício de Lima Silva pelos homicídios qualificados de dois assaltantes que teriam sido mortos após rendição.

Os policiais Alex Rodrigues Rezende, Daciel Simplício Ribeiro, José Marcelo Oliveira, João Paulo Soares de Araújo, José Anderson Silva Lima e Sérgio Saraiva Almeida também foram pronunciados pela participação na execução de um dos acusados de integrar o grupo criminoso. A mesma decisão determinou que os PMs Abraão Sampaio de Lacerda e Georges Aubert dos Santos Freitas devem ser julgados pela remoção dos corpos das vítimas reféns para adulterar o local do crime.

Naquele dia os policiais combatiam a ação de quadrilha especializada em assaltos a bancos, ocasião em que teve início um confronto com os criminosos. Segundo denúncia do Ministério Público, disparos efetuados pelos agentes teriam resultado na morte de cinco pessoas deixadas pelos assaltantes após o cometimento do crime. O MP sustentou que, durante a ação policial para a captura dos assaltantes, PMs teriam matado dois suspeitos de participarem do crime após eles terem se rendidos.

Na denúncia também consta que policiais removeram corpos de reféns e apagaram imagens captadas por câmeras de segurança. Eram duas horas da madrugada quando um bando fortemente armado e encapuzado tentou assaltos contra as agências do Bradesco e Banco do Brasil que funcionam na Avenida Presidente Getúlio Vargas no centro de Milagres. Houve confronto com a polícia e uma troca de tiros que durou cerca de 20 minutos.

Após o carro apresentar uma pane, tomarem outro de assalto na BR-116 que procedia do aeroporto de Juazeiro na direção da Serra Talhada (PE) com uma família da qual cinco foram mortos, além de outro veículo de uma pessoa de Brejo Santo, também feita refém. Ao todo, 14 pessoas morreram sendo 13 em Milagres e outra em barro.

Os reféns foram o empresário João Batista Campos de Magalhães, de 49, o seu filho Vinicius de Sousa Magalhães, de 16, que residiam em Serra Talhada (PE). Gustavo Tenório dos Santos, de 13, seus pais Cícero Tenório dos Santos, de 60 e Claudineide Campos de Souza, de 41, que moravam do bairro Vila Marcondes em Carapicuíba (SP), além de Francisca Edineide da Cruz Santos, de 49 anos, que era de Brejo Santo e residia em Hortolandia (SP).

Já os assaltantes foram sete: Mackson Júnior Serafim da Silva, de 26,, que residia em Capela (SE); Ceilde Leite Cunha, de 39, que residia no bairro Missionárias em Milagres; Lucas Torquato Loiola Reis, de 18, de Delmiro Gouveia (AL); Cristiano Ferreira de Mendonça, de 28, alagoano; Manoel da Silva, o “Eraldo”, de 44, natural de Alagoas; Claudervan Santana de Aquino, de 26, também alagoano; e José Gonçalo Leite Santos, de 52 anos, o "Doutor", que era de Itabaiana (SE).

Por Demontier Tenório/Miséria

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