Governo do Ceará lança edital de seleção para professores indígenas com vagas nos Sertões de Crateús




O Governo do Ceará lançou, na noite desta quinta-feira (20), o primeiro concurso público destinado aos povos indígenas. Os aprovados atuaram nas escolas indígenas da rede estadual de ensino. No total, são 200 vagas, que contemplarão 14 etnias: Anacé; Gavião; Jenipapo-Kanindé; Kalabaça; Kanindé; Kariri; Pitaguary; Potyguara; Tabajara; Tapeba; Tapuya Kariri; Tubiba Tapuya; Tupinambá e Tremembé. O edital será divulgado a partir desta sexta-feira (21), no site da Comissão Executiva do Vestibular da Universidade Estadual do Ceará (CEV/Uece). O período de inscrição vai de 3 de setembro a 2 de outubro deste ano.

No Estado, são 39 escolas indígenas, localizadas nos seguintes municípios: Acaraú, Aquiraz, Aratuba, Canindé, Caucaia, Crateús, Itapipoca, Itarema, Maracanaú, Monsenhor Tabosa, Novo Oriente, Pacatuba, Poranga, Quiterianópolis, São Benedito e Tamboril.

As vagas serão distribuídas por área do conhecimento para os anos iniciais do Ensino Fundamental e por área do conhecimento para os anos finais do Ensino Fundamental e para o Ensino Médio, sendo para: Linguagens; Ciências da Natureza; Matemática e Ciências Humanas, Sociais e Aplicadas.

Em relação ao valor da remuneração, os aprovados receberão R$ 6.147,69 para a carga horária de 40 horas semanais, com auxílio alimentação no valor de R$ 15,87 por dia útil trabalhado, conforme cargo inicial dos servidores do magistério na rede da Secretaria da Educação (Seduc).

A seleção será dividida em três etapas: prova objetiva, prova prática e avaliação de títulos, sendo aprovado no concurso os classificados pelas três etapas e com a devida habilitação em licenciatura em curso de nível superior.

A pedagoga da Escola Indígena Francisco Gonçalves de Sousa, Maria do Socorro Rodrigues, destaca a importância deste concurso, que foi possível a partir de uma demanda dos povos indígenas do estado. "O concurso público específico para professor indígena é uma luta do próprio movimento, dos nossos troncos velhos, e nós conseguimos através de muita luta, de muita resistência", afirma.

Maria do Socorro ainda pontua sobre a importância de honrar seus ancestrais, a partir da educação. "Os nossos troncos velhos são fundamentais dentro das nossas escolas, é através da história deles que conseguimos contar as nossas histórias e de nosso povo. Na escola indígena, nós ensinamos o convencional, mas o que nos sustenta, nos deixa aqui, enquanto povos indígenas, é o nosso movimento, é a nossa história de luta e resistência nesse país que tem um dívida imensa conosco, povos originários", explica.

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem