Moradores de cidade do Piauí usam fósseis como peso de porta





O aparecimento de fósseis em Várzea Branca, 561 km ao Sul de Teresina, é tão comum que alguns moradores do município, que não sabem exatamente do que se tratam os artefatos, usam esses vestígios pré-históricos para fins diversos, inclusive como peso de porta. Recentemente, a população da cidade foi surpreendida com a visita de pesquisadores da Universidade Federal do Piauí (UFPI).

O grupo formado por estudantes do curso de arqueologia, pelo professor paleontólogo Juan Carlos Cisneros e o presidente da Sociedade Brasileira de Paleontologia, Hermínio Araújo Júnior, encontrou o fóssil de uma preguiça-gigante, animal pré-histórico que tinha cerca de cinco metros e viveu há mais de 10 mil anos.

Durante a visita, o estudante de arqueologia Yuri Corrêa afirmou que a população ficou curiosa com a movimentação.

“Todo dia alguém ia na escavação e perguntava o que estávamos fazendo, porque estávamos ali e o que estávamos buscando. Quando a gente falava, vez ou outra alguém dizia que tinha um fóssil, que usava para segurar porta ou coisa do tipo e traziam para a gente”, relatou.

Segundo Juan Carlos Cisneros, a cidade fica em uma região repleta de vestígios da pré-história, como ossos da megafauna, animais gigantes que viviam durante a era do gelo e foram extintos há mais de 10 mil anos. Por isso, a Sociedade Brasileira de Paleontologia reconhece a importância do território para estudos arqueológicos.

“O grande diferencial está no fato de que o Piauí tem fortes evidências da chegada humana. Então, diferente de outros estados, é aqui que a gente pode encontrar evidências mais concretas da interação do ser humano pré-histórico com essa fauna”, explicou Hermínio Araújo Júnior.


Fósseis em banheiro de shopping

Recentemente, o professor Juan Carlos Cisneros encontrou fósseis de mais de 100 milhões de anos no banheiro de um shopping na Zona Leste de Teresina. O paleontólogo contou que os vestígios estavam em uma pedra usada como divisória dos boxes do banheiro do local.

“Faz parte da vida de um paleontólogo achar fósseis em qualquer lugar, até dentro do banheiro. Embora seja algo que desafia o senso comum, já estou acostumado a enxergar esse tipo de material e não é tão raro achar fósseis em locais inusuais. Tudo depende do tipo de rocha usada na construção”, explicou.

Fósseis são achados em pedras ornamentais

O paleontólogo disse ainda que em Teresina, e no restante no Piauí, existem vários locais onde podem ser encontradas pedras que venham ocasionalmente com peixes, plantas e outros fósseis, às vezes insetos e aranhas, com idade de aproximadamente 100 milhões de anos.

 G1 Piauí

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