Mulher envolvida no furto ao Banco Central é presa 17 anos após crime no Ceará

 

Quadrilha furtou mais de R$ 160 milhões do cofre do Banco Central, em Fortaleza (Foto: Divulgação)

Uma mulher de 41 anos de idade, cuja identidade não foi revelada pela Polícia Federal, foi presa na manhã desta quarta-feira (16) na cidade de Boa Viagem, no interior do Ceará. De acordo com as investigações policiais, ela teria participação no furto ao Banco Central, ocorrido em 2005, no centro de Fortaleza, no qual foram furtados mais de R$ 160 milhões do cofre.

Até 2020, a Justiça Federal no Ceará havia condenado 119 réus (alguns deles repetidos), nos 28 processos originados pelo furto ao Banco Central em Fortaleza. Eles foram denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF) pelos crimes de furto qualificado, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro, além de outros três crimes. As penas variaram de 3 a 170 anos de prisão.

Segundo a Polícia Federal, a mulher foi detida pela Força-Tarefa SUSP de Combate ao Crime Organizado no Estado do Ceará após o cumprimento de um mandado de prisão expedido pela Justiça Federal. Ela será encaminhada ao sistema penitenciário cearense para ficar à disposição do Poder Judiciário.

Conforme a PF, ela já havia sido condenada pelo crime de lavagem de dinheiro no caso e foi apontada como "uma das responsáveis pela ocultação/dissimulação de R$ 164,7 milhões, produto do crime que coube a um dos condenados", informou.

'Alemão' e família

Antônio Jussivan Alves dos Santos, o 'Alemão', apontado como um dos líderes da quadrilha que furtou R$ 164 milhões do Banco Central, foi condenado duas vezes pela Justiça Federal: a 49 anos e 2 meses de prisão, em um processo que respondia por furto, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e uso de documento falso; e a 80 anos e 10 meses, por lavagem de dinheiro.

A pena total era de 130 anos de reclusão.

Porém, a primeira pena foi reduzida para 35 anos e 10 meses, no TRF-5. Já a segunda foi anulada no mesmo Tribunal, e o STJ manteve a decisão, em outubro do ano passado.

'Alemão' foi preso pela PF em uma loja de pneus, em Brasília, onde morava, em fevereiro de 2008. Em 2017, ele tentou fugir de um presídio cearense, mas terminou baleado e capturado. Depois, foi transferido a um presídio federal.

Ele convidou familiares e conhecidos do Município onde nasceu, Boa Viagem, para participar da ação criminosa. Também foram condenados na Justiça Federal a sua irmã Geniglei Alves dos Santos, a 160 anos de prisão pelo crime de lavagem de dinheiro, mas teve a pena reduzida para 15 anos.

E o seu primo Marcos Rogério Machado de Morais, condenado em dois processos a um total de 57 anos de prisão, por furto, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e uso de documento falso, que, por sua vez, teve as penas reduzidas para 35 anos de reclusão.

Outros líderes

A quadrilha tinha ao menos outros três líderes. Luís Fernando Ribeiro, o 'Fernandinho', teria sido o financiador da construção do túnel de 75 metros que levava até a caixa-forte do Banco, ao pagar cerca de R$ 800 mil. Mas não chegou a ser condenado na Justiça, porque foi encontrado morto em Minas Gerais, em outubro de 2005, depois de ser sequestrado em São Paulo e a sua família pagar R$ 2 milhões para ele ser liberado. A principal suspeita se recaiu sobre policiais civis.

Davi Silvano da Silva, o 'Véi Davi', que seria o mentor intelectual do túnel, foi preso em uma residência no Bairro Mondubim, em Fortaleza, em setembro de 2005, junto de quatro comparsas, na posse de R$ 12,5 milhões furtados do Banco. Ele foi sentenciado a 47 anos de prisão, em um processo que respondia por furto, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e uso de documento falso, na Justiça Federal. Mas teve a pena reduzida para 17 anos e seis meses, na instância superior.

E Moisés Teixeira da Silva, o 'Tatuzão', também paulista, que tinha esse apelido porque era especialista em cavar túneis. Ele foi o último líder da quadrilha preso, apenas em julho de 2009, em São Paulo. Foi condenado a 16 anos de prisão em um processo por furto, formação de quadrilha e uso de documento falso, na Justiça Federal, e teve a pena reduzida para 14 anos.

Via g1

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