Em vídeo que circula nas redes sociais, o senador Ciro Nogueira (PP-PI) faz duras críticas ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), a quem chama de "fascista", ao mesmo tempo em que rende elogio ao ex-presidente Lula.
"O Bolsonaro eu tenho muita restrição porque é um fascista. Ele tem um caráter fascista, preconceituoso. É muito fácil você ir para a televisão dizer que vai matar bandido, que vai não sei o quê", disse Ciro Nogueira em entrevista à TV Meio Norte. O vídeo foi divulgada nesta quarta, 21, pelo deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP). Aparentemente, foi gravado no ano de 2018, antes das eleições presidenciais.
Por outro lado, Nogueira enaltece a figura de Lula. "O melhor presidente da história dessa País, principalmente para o Piauí e para o Nordeste. (...) Eu não me vejo na eleição votando contra o Lula. Por tudo que ele fez, por tudo que ele tirou de miséria desse povo. Quem realmente foi decisivo a partir do combate à fome. Os programas que ele fez. Ele fex o maior programa habitacional do mundo, que é Minha Casa, Minha Vida. Esse combate à miséria que é o Bolsa Família, que tirou o povo do Nordeste. Então, Lula é o meu candidato a presidente", destacou.
Fragilizado, o presidente Jair Bolsonaro anunciou novas mudanças no alto escalão do governo, o que deve render mais espaço para o chamado Centrão.
Bolsonaro tem sido pressionado a mexer na articulação política do governo e a substituir os ministros da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, e da Secretaria-Geral, Onyx Lorenzoni. Segundo apuração, um dos nomes cogitados para a cadeira de Ramos é o do senador Ciro Nogueira, presidente do Progressistas.
O cargo deve-se a preocupação do Planalto de que Ciro Nogueira possa romper com o governo. Na CPI da Covid, o parlamentar vem atuando de forma a defender cada vez menos Bolsonaro. Na última semana, ele não escondeu sua insatisfação com a liberação de recursos para o governo do Piauí, seu adversário político.
Já Onyx, segundo os planos atuais, deve ocupar o Ministério do Trabalho e Emprego, que será recriado com a divisão do Ministério da Economia, de Paulo Guedes. As mudanças devem se concretizar na próxima sexta-feira, 22, com a publicação da medida provisória que recriará o Ministério do Trabalho.
Aliados do governo avaliam que Bolsonaro precisa contemplar o Senado, principalmente agora quando está acuado pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid."É para a gente continuar administrando o Brasil", comentou Bolsonaro sobre a nova mudança.
O chefe do Executivo pontua que sabia que assumir a Presidência "não era fácil, mas realmente é muito difícil". "Não recomendo essa cadeira para os meus amigos", declarou. Bolsonaro avalia que seu estado de saúde está bom, após internação na semana passada por conta de uma obstrução intestinal - e disse que vem trabalhando na mudança que será anunciada na semana que vem.
A reforma ministerial será a segunda feito pelo presidente desde que assumiu o governo. Em março, para agradar o Centrão e enquadrar militares, Bolsonaro, de uma só vez, mudou o comando de seis ministérios, realocando três auxiliares e demitindo outros três.
Fonte: O Povo