A Polícia Militar do Rio informou que estão presos os policiais da Unidade de Polícia Pacificadora da Barreira do Vasco, em São Cristóvão, Zona Norte do Rio, envolvidos na operação que resultou na morte do garçom, cearense de Ipaporanga, Francisco Lima, 26 anos, na manhã deste sábado (9).
De acordo com nota publicada pela corporação no Twitter na noite deste sábado, os agentes foram autuados pela Coordenadoria de Polícia Pacificadora, por desobediência de ordem e descumprimento de missão, ambos crimes militares.
A nota ressalta que ” a prisão dos policiais não se baseou na morte do morador e sim pela quebra dos protocolos estabelecidos pela Corporação.”
Segundo a corporação, a morte de Francisco Paula está sendo apurada pela Delegacia de Homicídios, em paralelo ao Inquérito Policial Militar (IPM) que seguirá os trâmites internos.
Até às 22h, a PM não havia informado quantos policiais foram encaminhados para a Unidade Prisional.
Morte na volta do trabalho
O garçom morreu na manhã deste sábado (9) ao ser baleado na cabeça. Segundo moradores da região, ele voltava de uma noite de trabalho quando foi baleado por policiais militares que participavam da operação na região.
Familiares contaram que ele morava no Rio havia 10 anos e trabalhava em um bar na Lapa, no Centro. Eles contaram que Francisco voltava para casa com uma sacola nas mãos e um copo de café quando foi surpreendido por PMs que saíram de um beco atirando e mandando quem estava na rua não correr.
Um primo do garçom contou ao RJ2 que o corpo de Francisco será levado para a cidade de Ipaporanga, no Ceará, onde a família vive.
“O cara trabalhou a noite inteira e chega em casa e leva um tiro na cabeça. O cara está aqui há 10 anos trabalhando e termina assim. Agora vai voltar para o casa em um caixão.”, disse
Ainda segundo testemunhas, Francisco foi atingido por um tiro e buscou se proteger se apoiando em um muro. Ainda assim, foi baleado novamente, desta vez na cabeça, e morreu no local.
O crime revoltou os moradores, que realizaram um protesto ainda na manhã de sábado na comunidade. Eles relataram que a relação com os agentes da Unidade de Polícia Pacificadora da região é tensa. Segundo eles, os policiais estariam promovendo uma série de abusos.
Pela manhã, a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar informou que policiais do Grupamento Tático de Polícia de Proximidade realizavam patrulhamento quando foram informados da presença de criminosos armados na Comunidade Barreira do Vasco.
“Chegando ao local, os policiais foram alvo de disparos de arma de fogo e houve confronto. Durante a ação, um morador foi atingido e não resistiu aos ferimentos”, dizia o comunicado.
Fonte: G1